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  • Foto do escritorMarcio Cruz

Relações Entre uma Hipotética Aparição em Massa de ETs e os Efeitos da Pandemia

Atualizado: 9 de abr. de 2021

Muitos me perguntam se eu acredito na aparição em massa de naves extraterrestres nas maiores cidades do planeta em algum momento do futuro próximo. Constituindo o velho sonho de ufólogos, entusiastas, esotéricos e simpatizantes, uma aparição em massa resolveria teoricamente uma série de problemas que afligem hoje a humanidade, além de representar uma espécie de vingança sobre aqueles que sempre ridicularizaram as alegações dos defensores da hipótese alienígena. Mas será que um evento desta natureza seria benéfico para a humanidade como um todo?

Quando este tipo de pergunta aparece, a minha resposta é sempre negativa, posto que considero um evento desta magnitude como algo de natureza improvável (mas não impossível). Não porque eu esteja munido de informações privilegiadas a esse respeito. Vejo essa questão com um relativo descrédito por causa de uma simples questão de lógica, esta última recentemente reforçada pela pandemia de coronavírus.

Qualquer aparição em massa dos extraterrestres seria assim efetuada em função de um conjunto de objetivos, os quais demandariam um amplo e complexo planejamento. Independentemente da origem (terrestre ou extraterrestre) qualquer criatura inteligente seria obrigada a lidar com processos envolvendo objetivos e planos para atingir tais objetivos. Seria esperado, portanto, que a humanidade reagisse de uma determinada maneira para considerar que a motivação extraterrestre pudesse ter atingido o alvo de alguma forma. E é justamente aqui que reside a grande barreira contra um resultado esperado: a diversidade de níveis de consciência é tamanha que seria literalmente impossível um evento dessa natureza resultar em um movimento humano uniforme em uma determinada direção. Somos tão absurdamente diferentes, tão caoticamente diversos que qualquer evento seria interpretado das mais variadas formas, impossibilitando o avanço de uma massa crítica na direção que os extraterrestres gostariam.


Embora a diversidade seja uma característica fundamental da vida, uma civilização constituída por uma diversidade que beira a implosão por questões de conflito, promovendo competição, rivalidade, violência e guerras (como é o nosso caso) não se beneficiaria com uma aparição alienígena em massa. O mundo atual seria incapaz de apresentar uma resposta padronizada diante de um evento de natureza única como uma hipotética aparição de naves extraterrestre sobre as principais cidades da Terra. Isto porque, em uma situação como esta, seriam esperadas as mais variadas reações envolvendo desde as negações mais contundentes até os fanatismos mais desvairados com todos os tipos de nuances entre esses dois extremos. Não seria possível considerar as mais variadas personalidades cobrindo o amplo espectro humano envolvendo desde cientistas, ateus, esotéricos, místicos, espiritualistas, religiosos, filósofos, militantes, indígenas, intelectuais, artistas, profissionais liberais, políticos, militares, empreendedores, empregados e desempregados das mais variadas culturas, etnias e classes sociais entendendo o mesmo fenômeno do mesmo jeito. O caos interpretativo e comportamental advindo de um evento hipotético como este seria inimaginável.

Exagero? Pois bem...

Estamos tendo a oportunidade de observar exatamente isto agora com uma coisa de origem bem terrestre: um vírus. A pandemia de COVID-19 tem demonstrado, muito infelizmente, o quanto estamos despreparados para lidar com um advento de ordem planetária, sendo obrigados a cooperar uns com os outros em um ambiente de total desentendimento. Um único vírus, disseminado globalmente, foi capaz de gerar as mais variadas reações, envolvendo desde as negações mais fanáticas, até as paranoias mais assustadoras, de forma que a ciência vem lutando com as mais complexas e confusas misturas de políticas, ideologias, religiões, crenças, superstições, sincretismos, negaciosismos, corrupção, interesses, manipulações, poder público, poder econômico, questões de saúde pública, baixo poder cognitivo, distúrbios psicológicos, desemprego, desrespeito, egoísmo, desconfiança, cerceamento da liberdade, impaciência e uma enorme profusão de desinformações.


Toda essa confusão vem constituindo um gigantesco impedimento para algo que deveria prevalecer em eventos de magnitude global: o bem comum. Em que pese aqui todas as lições e aprendizados que este enorme desafio mundial vem promovendo (com a ciência apresentando uma vitória apertada na guerra de braço com as teorias conspiratórias que não param de surgir), é assustador observar o quão primitivos ainda somos diante de questões de impacto planetário que vem sendo vilipendiadas pela mesquinhez de nossos gostos, desgostos, crenças, manias, caprichos, exigências, preferências ou inclinações. Tomamos arrogantemente o nosso olhar como ponto de referência para aquilo que acontece na superfície do planeta, ignorando o fato que, sem a ciência que muitos de nós criticamos, jamais estaríamos vivos e muito menos ainda teríamos a Internet que você está utilizando neste exato momento para ler este humilde texto.


E assim passamos por cima de questões que deveriam ser essenciais como o fato de sermos todos da mesma espécie, morando em um mesmo planeta, sendo a ciência o idioma de base para uma vida melhor para todo mundo. Mas a relativização de tudo (fruto da confusão mental em que vivemos) menospreza inclusive essas máximas fundamentais, sendo preferível nos agarrarmos às nossas próprias mentiras do que enxergar o óbvio. E assim engrossamos o caldo da desconfiança: como posso idealizar um mundo melhor se eu não confio no meu parente, não confio nas autoridades, não confio na mídia, não confio nos médicos e não confio na ciência? Como confiar em uma hipotética civilização extraplanetária se eu não confio no meu vizinho e, pior ainda, minto para mim mesmo ao considerar que eu sou a única pessoa confiável deste planeta?

Se um vírus está sendo capaz de causar tanta discórdia em um mundo já bastante dividido, imaginem o que poderia surgir a partir de uma aparição extraterrestre nas principais capitais da Terra. Se algo de origem terrestre foi capaz de causar tanta confusão, imaginem o que poderia acontecer como o resultado de um evento global de natureza extraterrestre...


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