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Foto do escritorMarcio Cruz

Vida Extraterrestre (parte 1)

Atualizado: 7 de mai. de 2020

Se você é daqueles que torcem o nariz quando ouvem a palavra "ET", dá muita risada quando alguém confessa ter visto um OVNI (Objeto Voador Não-Identificado), não consegue parar de fazer piada com os "verdinhos" e acha que as missões espaciais deveriam ser interrompidas pois altas somas de dinheiro envolvidas seriam melhor aplicadas no combate à fome do mundo, esta série de 3 postagens foi escrita especialmente para você.

Foguete Falcon 9, da empresa SpaceX.

Até 1995, havia boas razões para os cientistas acharem que a existência de planetas fora do Sistema Solar era uma hipótese praticamente nula. Condições especialíssimas na Terra bem como a ausência de uma tecnologia capaz de detectar corpos celestes tão diminutos se comparados com suas estrelas-mãe em distâncias tão descomunais davam poucas esperanças para os cientistas. Muitos inclusive acreditavam ser tal busca uma completa perda de tempo. Mas no dia 06 de outubro de 1995, dois astrônomos suíços acharam o primeiro planeta orbitando a estrela Pegasi 51, na constelação de Pegasus. A descoberta foi viabilizada pela técnica conhecida por Velocidade Radial, a qual baseia-se na oscilação do campo gravitacional de uma estrela pela interferência de um corpo celeste em suas proximidades (efeito wobble). Desde então, 4.057 planetas extrassolares foram descobertos utilizando diferentes técnicas e tecnologias (confira os números oficiais neste link do site da NASA), estas últimas incentivadas em parte pelo pioneirismo da primeira descoberta. E se a consideração da existência de vida alienígena era algo apenas possível em filmes hollywoodianos, hoje a busca por vida extraterrestre virou uma pesquisa científica muito séria.

A raiz da busca por vida extraterrestre baseia-se na seguinte indagação: até que ponto a vida poderia se adaptar a diferentes condições do universo? Mesmo porque, até nosso conceito de "vida" ainda é algo extremamente limitado, posto que só temos o planeta Terra como referência na imensidão do cosmos. Partindo desse princípio, surgiu a astrobiologia, ramo da ciência que estuda e pesquisa como a vida poderia surgir no universo, grande parte do tempo pesquisando sobre as origens da vida aqui mesmo na Terra por questões óbvias de facilidade de acesso.


Visitando regiões inóspitas do planeta como crateras de vulcões, cavernas muito profundas, regiões polares, desertos e fossas oceânicas para descobrir como a vida pode se desenvolver em condições tão severas, os cientistas descobriram as fantásticas bactérias extremófilas, organismos que são capazes de se desenvolver em condições até então impensadas de temperatura, iluminação, pressão, salinidade, acidez, etc. Já que as condições fora da Terra são extremamente diferenciadas, foi preciso ter acesso às regiões extremas do planeta para tentarmos nos aproximar ao máximo do que seria a atmosfera de um planeta como Marte ou Vênus ou outros corpos celestes como asteroides e cometas. Estudando como esses organismos se desenvolvem, os astrobiólgos acabam por encontrar respostas de como a vida surgiu aqui na Terra também.

Até o momento foram catalogadas 17 espécies de organismos extremófilos, as quais vão desde criaturas vivendo dentro de rochas a quilômetros de profundidade da superfície até seres capazes de sobreviver à radiação nuclear. Se antes os cientistas tinham grandes dificuldades em aceitar que a vida poderia se adaptar à condições tão variadas, hoje isso está sendo radicalmente revisto e abre caminho para possibilidades muito mais amplas.

Mesmo "na rua da nossa casa", nossas bem-sucedidas missões robóticas espaciais têm demonstrado que alguns dos nossos vizinhos do Sistema Solar são bons candidatos para abrigar formas de vida primitivas como organismos unicelulares. Marte já possuiu rios em sua superfície e existem boas chances de haver organismos microscópicos sob o solo. As luas de Júpiter e Saturno (Europa e Titã, respectivamente), por sua vez, apresentam boas condições de abrigarem vida primitiva e, falando do último orbe, Titã vem atraindo a atenção dos investigadores pelas condições singulares que reúne. Trata-se da única lua conhecida que possui uma atmosfera propriamente dita, e o único objeto celeste (além da Terra) em que é sabido sobre a existência de "mares" - grandes concentrações de matéria em estado líquido na superfície. Em 2004 a missão Cassini-Huygens descobriu lagos de hidrocarbonetos (moléculas à base de carbono e hidrogênio) nas regiões polares. A superfície do satélite é suave - ao contrário da superfície da Lua, cravejada de crateras - e até parecida com a da Terra, moldada por ventos, chuvas e tempestades de metano. Por estes motivos, tem sido frequentemente apontado como um dos locais mais prováveis para encontrarmos os primeiros sinais de vida extraterrestre.

Em que pese aqui as abissais diferenças ente vida extraterrestre bacteriana e vida extraterrestre mais complexa como animais, por exemplo, muitos cientistas estão à anos-luz a nossa frente no que se refere a visualizar como seriam tais formas de vida hipotéticas. Outro antigo documentário Alien Planet, do Discovery Channel, explora essa questão embasado em muito conhecimento técnico, apresentando uma missão não-tripulada em direção ao imaginário planeta Darwin IV, o qual abriga formas complexas de vida alienígena. Se nós, com todas as nossas limitações, já conseguimos imaginar programas espaciais desse tipo em nosso futuro, do que seria capaz uma hipotética civilização à centenas ou talvez milhares de anos a nossa frente? Será que já não estaríamos sendo visitados por missões espaciais alienígenas não-tripuladas?


Continua na próxima postagem...


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