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  • Foto do escritorMarcio Cruz

Vida Extraterrestre (parte 3)

Atualizado: 9 de abr. de 2021

Embora eu não acredite em um contato extraterrestre em larga escala, nos moldes dos clichês de filmes hollywoodianos com aparições em massa nas principais cidades do planeta (explico as razões dessa descrença no livro), a especulação sobre os possíveis desdobramentos de um evento dessa envergadura é sempre muito útil. Principalmente no que se refere à nossa preocupante incapacidade de fazer perguntas.

Foguete New Shepard da empresa Blue Origin, na plataforma de lançamento.

Seja um hipotético contato com uma civilização extraterrestre durante uma missão espacial, através do SETI Institute ou qualquer outro meio oficialmente reconhecido, tal evento seria de natureza revolucionária, abrindo espaço para reavaliarmos o nosso estilo de vida, as nossas relações e a maneira de enxergarmos o nosso papel dentro do universo. Isso porque seríamos obrigados a comparar nossa civilização com a deles se quiséssemos fazer um bom uso dessa preciosíssima oportunidade. Para fazer jus ao cenário científico, tecnológico, intelectual e até espiritual deste evento hipotético, deveríamos estar aptos a fazer muitas perguntas. A falta de capacidade para fazer perguntas é um indício muito grave de um elevado grau de inconsciência, condição que revela que não temos nem ao menos a curiosidade de saber o que nos trouxe ao momento presente, variáveis históricas que nos levaram ao contexto onde estamos atualmente inseridos. Saber perguntar, portanto, envolve um elevado senso de consciência, de questionamento, de curiosidade, além de um razoável interesse pela vida.

O hipotético encontro com esses seres poderia ser explorado por algumas perguntas que eu sugiro logo em seguida:

De onde é que eles vêm? Onde estão localizados os seus planetas de origem? Que tipo de tecnologia empregaram para superar as distâncias astronômicas aparentemente intransponíveis para nós? Depois, como são os seus mundos: sua constituição física, química, atmosférica, etc. E em seguida, as perguntas mais complicadas: como será a civilização desses seres? Quais serão os prodígios científicos e/ou tecnológicos alcançados pela estrutura de suas sociedades? A constituição social de seus mundos de origem é parecida com a nossa? Possuem algum sistema político predominante? Esse sistema poderia ser comparado com algum tipo de estrutura política empregada em nosso mundo? Como estão estruturados os seus meios de produção? Conquistaram aquilo que nós poderíamos denominar de modelo econômico ideal? Ou enfrentam algum distúrbio social como miséria, desemprego, violência ou segregação? Lutam por alguma espécie de ideologia? Seguem à risca um determinado conjunto de valores morais? Possuem religiões? Acreditam em algum deus? Existe verdadeiramente alguma espécie de deus para eles? Depositam a fé em alguma coisa tida como superior? Ou acreditam tão somente naquilo que é possível lidar em seu cotidiano? Tiveram ao longo da sua história personalidades importantes como Jesus, Maomé, Buda ou algo parecido? Foram influenciados por alguma espécie de movimento místico e/ou esotérico? Acreditam em reencarnação? Descobriram coisas a respeito da vida e do universo que nós sequer desconfiamos? Qual é afinal a visão de vida que esses seres possuem? E com que objetivo eles teriam vindo ao nosso mundo?

Vemos que, mesmo para fazer esse punhado de perguntas muito simples, seria preciso saber perguntar, tendo como inevitável referência de comparação nossa própria sociedade e história. E em razão de todas as possíveis respostas para estas perguntas, será que estaríamos preparados para ouvir o que os extraterrestres teriam a nos dizer? Será que os nossos sistemas políticos, econômicos, sociais, culturais ou religiosos aguentariam incólumes o impacto causado por um provável choque entre duas realidades completamente diferentes? Será que as nossas autoridades bem como as corporações e/ou instituições mais poderosas do nosso planeta estariam dispostas a ceder espaço para uma nova ordem mundial emergente, já que é isso o que representaria, basicamente, a hipotética chegada de uma civilização extraterrestre em nosso mundo? Neste caso, em particular, não estamos falando apenas de tecnologia, mas também de um aspecto mais amplo que é o desenvolvimento da cultura.

Ora, é possível imaginar a existência de uma tecnologia muito avançada sem o conceito básico de uma civilização para poder construí-la? Uma estrutura que foi capaz não apenas de manter um inimaginável conhecimento em diversas disciplinas, mas também proporcionar a evolução de uma sociedade de forma organizada e sustentável. Uma civilização que teria conseguido superar barreiras para nós até hoje intransponíveis — como viajar pelo vastíssimo espaço e driblar a inabalável fronteira do tempo — , chegando até nós com uma tecnologia cujo conhecimento escapa totalmente da nossa atual capacidade de raciocínio só poderia ser considerada como avançada em toda a sua estrutura e não apenas "tecnologicamente", como a maioria dos filmes hollywoodianos adora retratar. Desta maneira, o início de um longo processo de comparação seria inevitável, estimulando a reflexão sobre aquilo que somos, sabemos, fazemos ou cremos com uma hipotética sociedade extraplanetária.

Não precisamos de um contato alienígena para fazer tais reflexões. Na verdade, já estamos fazendo esse exercício ao considerar todas as informações anteriores como pistas para uma eventual realidade ainda a ser descoberta. Longe de ter esgotado este assunto, eu finalizo por aqui apenas por uma questão de cansaço. Na verdade, considerar tais especulações como "assuntos esgotados" é uma premissa muito errada pois não estamos tratando aqui de uma mera questão de fé (acreditar ou não). Reduzir a toda a temática extraterrestre à uma ínfima questão de fé denota apenas um grande desconhecimento sobre os avanços que vêm ocorrendo nas esferas científicas e tecnológicas, inviabilizando qualquer discussão séria sobre o assunto partindo daquilo que de mais avançado nós possuímos aqui mesmo na Terra.

Mas será que, a despeito de todo o esforço que a nossa ciência vem efetuando para encontrar sinais de vida extraterrestre, nós já não estaríamos sendo visitados por seres de outros mundos? Será que, da mesma forma que enviamos sondas e missões robóticas para outros planetas e satélites naturais em nosso sistema, criaturas inteligentes de planetas distantes já não estariam fazendo isso conosco? E por que raios um evento desta natureza teria qualquer tipo de ressonância com a sua vida? O que você teria a ver com essa absurda possibilidade?

A respostas para tais indagações talvez estejam disponíveis no livro Contato – Quando a Realidade Supera a Ficção.


Adquira uma cópia do seu livro visitando a nossa loja.

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